Fantasia e Cia.

Prazer em imaginar.
 

8.10.07

Notícias de Karanblade (XIX)

Natureza do Divino

Os deuses da Terra Próxima são seres não só antigos e poderosos, mas entidades que existem num nível totalmente além do imaginado pelo mais poderoso arquimago ou guerreiro. Um mortal simplesmente nunca poderá compreender do âmago de um deus e nunca será capaz de contemplar mais do que uma fagulha da chama que arde em suas mentes.

Os deuses são distantes dos mortais em todos os sentidos possíveis de se imaginar, mas que isso não deixe dúvidas sobre a sua existência. As divindades são reais e habitam essa mesma Terra Próxima onde todo mortal nasce, vive e morre. Onde eles estão? Na mais alta montanha, além dos sonhos do melhor bárbaro rotuniano; nas profundezas da mais escura fenda, onde mesmo as maiores criaturas dos mares evitam; nas nuvens mais elevadas, que tocam as estrelas; nos confins do mundo. Apenas um mortal de cada raça em séculos afirma ter alcançado a morada de uma divindade e, mesmo assim, metade deles está mentindo ou foi enganado, provavelmente tendo encontrado um titã ou dragão ancião.

Por serem tão lendários e por tudo a seu respeito ser tão difícil de definir em termos compreendidos pelos mortais, os deuses da Terra Próxima são respeitados, amados e seguidos por aquilo que os mortais têm de mais forte: a fé. No entanto, apesar da crença ser algo tão puro, ela raramente é algo unânime. Os gnomos, por exemplo, vêem Thruundar como o Artífice Supremo, aquele que moldou rocha e fogo e esculpiu toda Pontepedra; já os rotunianos vêem Thruundar como o Senhor da Montanha, o maior guerreiro do mundo de cujo sangue descendem seus mais bravos líderes. Qual deles está certo? Ninguém sabe, Thruundar pelo menos nunca respondeu.

As divindades da Terra Próxima num geral se mantêm afastadas da vida das raças mortais. Alguns dizem que por indiferença, outros dizem que por um zelo especial. A justificativa não importa, pois quando um deus deseja revelar sua vontade, ele o faz por meios de seus escolhidos, por meio de seu clero.

O Mestre pode entender mais a cerca das divindades da Terra Próxima e de como elas agem no Capítulo 5. Da mesma forma os deuses negros de Dordread são detalhados no Capítulo 5.

Escolhidos dos Deuses

Apesar de todas as lendas e mistérios que cercam as divindades, os verdadeiros responsáveis por manter acesa a chama a da fé são os seus servos: clérigos, druidas e demais sacerdotes. Eles são a mão (e a espada) dos deuses. As várias igrejas e ordens sagradas da Terra Próxima, no entanto, contam em sua maioria com seguidores comuns como guerreiros, sábios, artífices e curandeiros. Homens e mulheres de fé pura e dedicada, capazes de canalizar a energia divina dos deuses, são raros e nunca constituem a maior parte do clero. Os milagres destes sacerdotes – sejam clérigos, druidas, ranger etc. – são feitos sempre notáveis e nunca tratados de maneira leviana. Não há ouro no mundo que possa comprar tais milagres (apesar de algumas igrejas toranianas aceitarem doações), pois se deve ter antes de tudo fé e cometimento para com a divindade. As grandes obras da magia divina – como devolver a vida a um mortal – são lendárias ainda hoje e poucos homens santos de Terra Próxima seriam capazes de tais milagres.

Claro, um deus pode escolher enviar sinais para sua raça mortal escolhida de outra forma – seja um trovão num céu sem nuvens, seja na aparição de um animal sagrado – mas às vezes os mortais precisam é de um guia e não de um augúrio. Esta é a função dos sacerdotes. Quando um deus precisa que um mal seja debelado, quando uma divindade deseja que um povo aja de maneira mais condizente com seus desejos, são a seus clérigos que ela se dirige por meio de sonhos e revelações. Um deus pode ter outros servos, principalmente criaturas e animais em quem confia ou mesmo seres mitológicos de grande poder, como anjos ou demônios. Entretanto, são os clérigos (e demais sacerdotes) que estão mais próximos das raças mortais e dos acontecimentos do mundo, são eles que vêem e vivem os fatos que interessam aos deuses. Tal coisa não escapa aos olhos das pessoas comuns, e clérigos carregam tanto respeito (senão mais) do que os misteriosos magos e feiticeiros.

Trecho retirado do capítulo 4: Deuses.

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