Expandindo horizontes

Já não era sem tempo, finalmente uma publicação de RPG no Brasil parece expandir seus horizontes e, no caminho certo, partir para onde está hoje grande parte do público de RPG: Jogos eletrônicos (pricipalmente MMORPGs) e jogos de tabuleiro com miniaturas (como D&D Miniatures e Warhammer). Principalmente por conta disso, acho que a Dragão Brasil tem plenas condições de se firmar novamente como a grande referência de RPG nas bancas do país (e por consequência, a de maior penetração nacional).

Sem querer desmerecer o trabalho do Marcelo Telles e da Rede RPG (aos quais sou mais próximo do que ao editor atual), ou mesmo o trabalho do Trio (que foi sem dúvida muito importante e deve sim ser reconhecido, mesmo por quem odeia mangá, diga-se de passagem)... Mas acho que ter no comando um sujeito que trabalhava na Devir e conhece o mercado profundamente desde o seu início sem dúvida há de contribuir bastante para que a Dragão possa ser referência novamente.

Na edição 121 tivemos várias boas notícias... Vimos material gringo com tradução oficial (e não era só d20!), vimos um físico falando sobre bolas de fogo, vimos um apanhado geral do cenário MMORPG no Brasil (e inclusive o conceito um tanto assustador de "RPG Offline"!), vimos o texto do Ron Edwards sobre a teoria por trás dos sistemas de RPG (que soa quase filosófico hehe), dicas sobre como iniciar no D&D Miniatures com pouca verba, e muitas outras coisas interessantes.

Apesar de eu mesmo ser um grande entusiasta do d20, e ter uma campanha inteira a ser lançada para o sistema, acredito que ele hoje tende a perder mercado para outros sistemas e outras formas de se jogar RPG... Portanto nada mais acertado que reduzir o espaço do d20 na Dragão, e começar a falar sobre outras coisas. Algumas surpresas do mercado, como o Mutants & Masterminds, são até derivados diretos do d20. Outras, como o mundo dos MMORPGs e D&D Miniatures, são assuntos que requerem uma abordagem totalmente diferente. Tomara que a Dragão continue acertando!