Monte verde
A história de Monte Verde começou em 1940, quando Verner Grinberg, um imigrante da Letônia, chegou a região viajando em companhia de seu pai para tomar posse da Fazenda Pico do Selado, então situada na área hoje conhecida como Campos do Jaguari. Grinberg, nome que significa “verdes montanhas”, ficou encantado com a beleza do lugar. E assim Monte Verde acabou surgindo no mapa do Brasil.
Desta época, praticamente sobraram apenas as paisagens da Serra da Mantiqueira e o clima de montanha, já que muita coisa mudou na antiga vila. A colonização européia teve realmente grande influência no estilo das construções e na culinária, basicamente de característica alemã. Mas a cidade tem hoje uma vida própria. Entre os meses de abril a setembro, a estimativa é de receber cem mil visitantes. Nem mesmo uma sinuosa estrada de acesso, repleta de buracos e mal sinalizada, consegue afastar os turistas que chegam de todo o país.
A região tem temperaturas de 28 graus, no verão, e de até 12 graus negativos nos invernos mais rígidos. Repleta de adoráveis hotéis e pousadas, para quem está acostumado com altas temperaturas, não existe nada mais diferente ou romântico.
Os segredos:
Não há quem não pare para refletir o motivo de tanta gente visitar esta pequena cidade mineira, afinal Monte Verde é habitada por não mais que cinco mil almas fora da temporada de turismo. Apesar de distar apenas 166 quilômetros de São Paulo, o difícil acesso deveria por si só manter os curiosos afastados... Deveria, a não ser que alguma força misteriosa estivesse trabalhando para que a cidade seja tão freqüentada por gente do Brasil todo, e muitas vezes fora dele. A história da cidade é recente mas um tanto incerta, envolta em sombras que não querem ser dissipadas.
Verner Grinberg foi na verdade um mago do Sexto Círculo da ordem dos Magos das Sombras. Essa ordem deriva da maléfica Irmandade de Tenebras, sendo formada em sua maioria por renegados que desejam impedir os terríveis planos de sua antiga casa a todo custo. Com o advento das Guerras Mundiais na Europa, Grinberg se viu cada vez mais fragilizado e cansado de tantas disputas infrutíferas. Então decidiu se desligar da ordem das Sombras (não sem ganhar alguns poderosos inimigos que não exatamente concordaram) e fugir da Europa sitiada, migrando com seu velho pai para as distantes terras do Brasil.
Dizem que Grinberg tinha um conselheiro espiritual, provavelmente um anjo Querubin, que lhe guiou desde seu embarque em São Paulo até a Fazenda Pico do Selado, a qual haviam comprado na metrópole brasileira. Dessa fazenda Grinberg colonizou toda Monte Verde, muitas vezes chamando outros poderosos magos brasileiros, aos quais conhecera em incursões ao Spiritum. Monte Verde é hoje plena de energias positivas e revigorantes, cercada por diversos círculos de proteção contra as energias negativas vindas de Arkanum Arcanorum ou mesmo de Tenebras. Grinberg ensinou a seus amigos iniciados tudo o que aprendeu ao lidar com as energias de Arkanum, de modo que esses magos são mesmo especialistas em manter afastada essas forças destrutivas. Provavelmente por isso tantos turistas se sintam tão bem na cidade, já que com a constante atuação desses magos secretos, cada um sofre uma radical mudança e de um dia para o outro se vê livre de todos os “problemas do cotidiano”. Mesmo os portais de entrada da cidade são na verdade poderosas barreiras místicas que filtram toda a energia inferior que ousa adentrar esse recanto de luz.
Talvez por ter lidado tanto tampo com a escuridão, Grinberg e sua cidade sejam tão voltados para a luz. Ninguém sabe se o mestre da Letônia ainda vive, mas são muitos os habitantes que conhecem, ou ouviram falar, dos magos das montanhas, já que são nas montanhas que cercam a cidade os locais mais usados para a prática dos rituais de proteção e iluminação de Monte Verde.
Pontos de interesse:
Os Portais
Situados na entrada da cidade, foram construídos sobre dois
imensos cristais trazidos por anjos da Cidade de Prata. Enterrados
no fundo da estrada, eles energizam os feitiços de proteção lançados
no local dos portais, de modo que eles se estendem por meses,
ou mesmo anos, sem perder sua força. Esse local é sempre
vigiado por um mago, já que esses cristais são verdadeiras relíquias,
além de serem uma pedra no sapato de qualquer demônio ou
mago das Sombras que queira se aventurar na cidade.
A Igreja
Monte Verde possui, como qualquer outra vila nacional, uma
pequena igreja católica. Porém, após o pacto que Grinberg realizou
com os magos católicos que vieram em seu encalço, essa
igreja passou a ser um ponto de encontro entre magos de outras
regiões e os magos da cidade, sendo sempre bem protegido
nos raros momentos em que essas reuniões ocorrem.
Pedra Partida
Nos arredores da cidade há uma trilha para
essa pedra situada a 2.050 metros de altura. É apenas uma das
quatro pedras mais visitadas, mas provavelmente os turistas
não conhecem sua verdadeira história... Já que ela nem sempre
foi partida, e isso se deveu a um combate travado entre Verner
Grinberg e uma equipe de magos da Irmandade de Tenebras que
o seguiu desde sua saída da Europa. Esses magos queriam aproveitar
a rara oportunidade de pegar um rival do Sexto Círculo
sozinho e o enviar para o inferno.
Eles talvez o tivessem conseguido, se Grinberg já não contasse com seus amigos brasileiros que se juntaram a batalha para o defender. Quando magos tão poderosos se degladiam, nem mesmo as montanhas escapam ilesas. Dizem que um raio conjurado por Grinberg foi o responsável pelo fim da batalha, e que as almas dos magos de Tenebras até hoje se lamentam presas no corte da Pedra Partida...
NPCs:
Verner Grinberg
Antes um respeitado membro do Sexto Círculo da ordem dos
Magos das Sombras, Grinberg desistiu de uma luta sem sentido
para fundar a cidade de Monte Verde a milhas e milhas de sua
terra natal. Ninguém pode dizer ao certo se ele ainda está entre
nós, mas de qualquer modo sempre foi recatado e misterioso,
deixando as tarefas menores para os iniciados em seus
ensinamentos. Em Monte Verde hoje vigora seu sonho de um
recanto de paz protegido contra toda a ignorância da guerra,
seja ela mundana ou espiritual, e a Ordem de Grinberg se encarrega
de manter esse sonho real.
O Galante
Talvez o único anjo que resida na cidade, o Galante é assim
chamado por sua incorrigível atração por mulheres. Trata-se de
um Principado que diz estar sempre “de férias do Museu de Prata”,
e que a cada temporada aparece com um nome, e muitas
vezes um corpo, diferente. Com seus poderes e carisma sobre
humano, consegue sempre conquistar as mais belas mulheres...
O único motivo de não Ter sido expulso ainda da cidade por
seus verdadeiros senhores é que aparentemente ele nunca se
atreva a seduzir mulheres comprometidas e casadas. Pelo menos
é isso que o Galante jura por seu Pai.
Madame Toledo
Viúva de um rico empresário espanhol, madame Toledo resolveu
visitar o Brasil e quase que intuitivamente se dirigiu até
Monte Verde e ali ficou. Trata-se de uma Iniciada da ordem das
Brujas, que provavelmente matou seu marido por ter sido descoberta.
Apesar de não ser necessariamente uma má pessoa,
madame Toledo não tolera visitantes em sua cabana encrustada
no sopé do Pico do Selado, e muitas são as histórias de curiosos
que nunca mais voltaram se suas visitas a essa bruxa. Alguns
se perguntam porque ela é tolerada pela Ordem de Grinberg,
sem obter respostas...
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Esta foi minha humilde contribuição para o projeto Brasil de Luz e Trevas, que visava "converter" cidades reais do Brasil para a visão fantástica do RPG Trevas, publicado pela Daemon Editora.
Para quem nunca visitou Monte Verde/MG, ficam minhas recomendações... é um daqueles lugares em que você se pergunta se "existem mesmo" :)
Baixe aqui o projeto completo.